Sabe quando a campainha toca, mas você não quer
atender? Tudo que Fernanda queria era ficar sossegada, sem ter que fazer sala
para ninguém. Era domingo, e o esposo havia ido ao mercado fazer algumas
compras. A campainha tocou, e Fernanda correu para câmera, para ver quem era.
—
Mas o que eles querem aqui, hein? Oito da manhã de domingo? — Esbravejou para si,
enquanto pensava se atenderia ou não o casal de amigos.
—
Ah, mas vai chamar até amanhã. Não vou atender. Gente sem noção.
O
casal chamou durante longos minutos. Era do tipo insistente. Ainda mais que
Henrique havia ouvido o som da TV, que Fernanda desligou rapidamente ao tocar da
campainha.
—
Vamos embora meu amor, voltamos outra hora. Devem ter saído — disse Débora para
seu esposo, tentando dissuadi-lo a ir embora. Mas ele não se dava por vencido.
—
Mas é claro que estão aí. Você não ouviu o barulho da TV, Débora? E logo
desligou. Não querem é atender.
—
Que abusados — falou Fernanda, bem baixinho e perplexa.
Fernanda foi até a
cozinha desligar a outra TV, e enquanto voltava para sala, para continuar
espionando pela câmera o insistente casal, foi surpreendida pela voz de
Eduardo. Ele havia chegado do mercado e já estava entrando com o casal.
—
Misericórdia. E agora? O que falo? O que faço? Bateram por tanto tempo, não sei
que desculpa dar.
Sem
muito tempo para pensar, Fernanda correu e se escondeu no banheiro.
— Como vocês estão? Tão chamando há muito tempo?
— Como vocês estão? Tão chamando há muito tempo?
—
Bastante tempo — disse Henrique — Onde está a Fernanda?
—
Eu não sei. Provavelmente foi até a casa da mãe dela.
Vinte minutos de conversa se passaram, Fernanda já estava entediada por ficar lá
escondida, quando veio a frase assustadora de Henrique:
—
Eduardo, posso usar seu banheiro?
—
Claro!
Fernanda
apavorou-se, não sabia mais o que fazer. Pensou passar-se por desmaiada, chegou
a deitar no chão do banheiro, quando ouviu o esposo dizer:
—
Henrique, quase me esqueço. Esse banheiro está com problemas. Use o de meu
quarto.
Fernanda
foi salva pelo esposo, que vendo seu chinelo na porta e sua chave pendurada,
supôs o que estava acontecendo.
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